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Passávamos em frente a UTI Infantil, um casal parecia desesperado, a mãe chorando, o pai com cara de quem está “passado”. Não tivemos como evitar o encontro, estávamos ali de frente, a mãe conhecia o Cirurgião Gaguelho, nos abraçou dizendo “ele vai melhorar, tenho fé, eu sei que ele vai sair dessa”. Apenas afirmamos, sem saber o que acontecia, mas demos apoio ao casal.
Desse encontro casual, acompanhamos o casal visitando seu filho, ora a mãe, ora o pai dentro do quartinho de isolamento na UTI Infantil, ficamos sabendo da meningite que atingira o menino, e até os enfermeiros muito preocupados com a situação, estavam na torcida para que tudo desse certo.
A criança primeiro estava em coma, depois de umas semanas abriu os olhos, mas ficava ali parado, com olhar em um ponto fixo, como se estivesse “desligada”. Depois de mais umas semanas, começou a interagir um pouco, movimentos lentos, para dar um tchau com as mãos era um baita sacrifício, mas fazia questão de fazer o tchau, e nós incentivávamos toda vez que víamos ele.
Até que passamos um dia em frente ao vidro que divide o nosso ambiente do dele, e o abusado fez um sinal, agora mais ágil, quando olhamos felizes, ele mostrou aquela grande, torta e babenta língua! Desaforado! Ficamos fazendo sinal de “te pego lá fora”, mostramos a língua, ele também continuou, riu bastante, saímos felizes desse encontro! Aliás, era o último do ano, já que o projeto estava cumprindo a agenda anual. Foi um fechamento e tanto, saímos muito contentes com a progressão da criança e comentamos alguns dias depois aquele famoso “e aí, como será que está o Pedro eim?”.
Fim dos trabalhos, uma semana depois eu retorno ao hospital para aplicar a pesquisa de Impacto, quando fui ao 4º andar revisitar as(os) nossas(os) amigas(os) enfermeiras(os), e também passar o formulário de pesquisa, quando para minha surpresa ouço “ei, você é o palhaço não é?”. Quando olho para trás, é o Pedro, dando os primeiros passos, escorado em uma fisioterapeuta e uma enfermeira acompanhando.
Não pude me conter, queria dar um abraço, mas não sabia se podia. Apenas afirmei, e desejei boa sorte na recuperação, e que estava muito feliz em vê-lo retomando as coisas. No final, tive que chamar ele, quando olhou, mostrei a língua. O desaforado mostrou novamente, rimos e cada um voltou à sua vida.
Artista: Tiago Abad
Palhaço: Cirurgião Acerola
Cidade: Limeira
Hospital: Santa Casa
Mês: dezembro – 2019