Na Pediatria há dois quartos quatro leitos. A maioria das vezes ocupados, com mais quatro poltronas onde ficam os acompanhantes das crianças, ocupados também. É um lugar com muitos focos de atenção distribuídos, visão 360 graus. Parece muito com o trabalho de rua, onde o palhaço interage com quem está à sua frente e com quem está à suas costas, dos lados, atrás, na diagonal, enfim, 360 graus delimitados pela parede, um lugar quadrado.
Em um dos leitos estava a Nicole, com uma Barbie e seu eterno companheiro, o Ken. Os Cirurgiões Acerola e Gaguelho começam a interação e perguntam:
- “Como é o nome dessa boneca?”
- Ela “Barbie” – em tom de “é óbvio palhaço”.
- “E o nome desse boneco aí?”
- Ela: “Ué, Ken!”
- “Quem?”
- “Ele, é o Ken!”
- “Quem é quem?”...
- “Ken, ué!”
- “Quem é o quem menina!?”
Uma confusão danada! Chegou um momento que ninguém sabia mais o porque da
discussão. Era Quem pra cá, Ken pra lá, argumentos pra todo lado e perdemos o fio
da meada. E as outras crianças do quarto também quiserem explicar, ninguém se entendeu!
Eles sabiam o que estavam nos explicando, e nós sabíamos que dessa maneira não
entenderíamos. Quem foi que conseguiu acertar? Ninguém! Ou o Ken, ou quem, ou
alguém... deixa pra lá, melhor não falar com mais ninguém!
Artista: Tiago Abad
Palhaço: Cirurgião Acerola
Cidade: Limeira
Hospital: Santa Casa
Mês: agosto – 2019
